segunda-feira, 25 de maio de 2015
Nocaute
Me derrubou tão fácil quanto o vento enverga um bambu. Eu relutava e me debatia, mas já sabia do resultado daquilo: Nocaute. Eu havia sido nocauteada pelo evangelho, pelo Espírito Santo, pela graça de Cristo. Não havia pra onde fugir ou aonde me esconder daquele amor: Eu era dele. Sempre achei que fosse, mas pra mim ser dele era não ser, e o jeito que eu era dele, dele não tinha nada. Eu era dele sendo minha, mas agora era só dele, era mais Ele, era por Ele e nada podia me tirar de tal condição. E que bom que não pôde!
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Complô
Meu quarto estava completamente revirado e minhas costas doiam. Portas abertas, amontoado de panos sobre a cama acompanhados de alguns papéis e meu mais novo pacote de absorventes. Minha escrivaninha, também com algumas roupas, sussurrava pra mim enquanto eu mexia em seus cadernos: "Obvio demais, obvio demais". Eu já estava acostumada a perder as coisas. Não fazia muito tempo desde que eu tinha perdido as aspas no teclado do meu tablet disfarçado de netbook, que á essa altura tentava me acalmar com a trilha sonora de algum desenho japonês do qual não me recordo o nome agora. a pagina pouco usada do editor de textos ainda me encarava e desafiava a escrever qualquer coisa que não se tratasse de um romance barato. Ai minhas costas! Se período menstrual tivesse gerações eu as amaldiçoaria naquele instante. Nada legal diante da postura que eu me obrigava a tomar, mas é mesmo incrível a flexibilidade das nossas opiniões nos momentos difíceis. Com um chute acidental derrubei o pequeno lixeiro que havia no meu quarto e o espelho riu de mim como se não me bastasse ficar me chamando de gorda todas as vezes em que eu o olhava. Meus cabelos desgrenhados denunciavam o desespero que minha expressão facial gritava, e minhas mãos voltavam a fuçar os locais que já haviam decorado. O fone de ouvido estava embaixo da calça avessada sobre a cama. A extenção elétrica remendada com fita adesiva de tanta queda que já tinha levado estava embaixo da cama, e o creme dental repousava tranquilo próximo ao material escolar. A solução obvia para o meu problema me vinha suave como marteladas na minha cabeça. Se eu queria encontrá-lo eu teria de arrumar meu quarto. Me sentei sobre a pouca superfície limpa da minha cama, quase conformada com o meu destino trágico quando um lapso de memória levou minha mão direto para o bolso esquerdo lateral da minha mochila escolar. O celular me encarava como se nunca houvesse saído dali, cínico, como se em todo aquele tempo não tivesse brincado de esconde-esconde comigo contra a minha vontade. Eu o jogaria na parede se a mensagem a minha espera pudesse esperar mais um pouquinho, mas os sms realmente são impacientes...
domingo, 17 de maio de 2015
Do que é feito o teu sorriso?
Meu sorriso é feito de dias cheios, rotinas fechadas, o vento na cara, jogadas de cabelo. É feito de se jogar na cama depois do culto, de falar com o namorado pelo celular, de ver as luzes do céu que talvez nem estejam mais lá. É feito de cheiro de shampoo, de gloss de morango, de post de ultima hora, de saudades do meu irmão mais novo, de vontades engraçadas, orações e sonhos estranhos. Esmalte desbotado, vídeos confortáveis, Bíblia. Meu sorriso é feito de paz. E o teu, é feito de que?
sábado, 16 de maio de 2015
Memorando
Percebi esses dias que tenho interpretado a felicidade da forma errada. Tenho vivido mais pra crítica e menos pro amor. Tenho anciado mais pela aceitação do que pela autênticidade, cobrança de não errar no lugar do desfrute de fazer o bem, o ciclo interminável da rotina todos os dias ao invés da sensação de estar fazendo do jeito certo. Acho que não está certo mesmo. Parar e respirar se tornou crime? Quanto tempo eu dormi, que não percebi? Eu sei que não será a ultima vez, por quê não foi a primeira. Então... Eu do futuro, se estiver lendo isso, fica o lembrete: Quando a neura agarrar no teu pé e quiser te arrastar pro fundo do poço, dá uma sacudida, tira o pó de cima do prazer de viver e o mundo dos ombros. Muda a batida do teu dia, segue um rítmo diferente, joga a opinião de todo mundo pra cima, reinventa a lista de prioridades e coloca Deus no topo, olha pro reflexo no espelho, dá uma de doida e diz pra você mesma que a vida não precisa da sua ajuda pra ser complicada, por isso se faz um favor e descomplica!
(Ariel Almeida)
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sexta-feira, 15 de maio de 2015
Pessoas ocupadas dormem tarde
Eu abro os olhos e eles voltam a fechar, sozinhos. De fato, não quero que fiquem abertos. Assim é mais seguro, é mais tranquilo. A luz incomoda, as cenas do dia a dia traumatizam, a movimentação dá dor de cabeça. Por que não viver no mundo dentro da minha cabeça onde está tudo sobre controle? O despertador chama pela terceira vez, o mundo precisa ser socorrido de novo. Não o mundo de todos, o meu mundo. Com testes escolares, deveres, pessoas para amar e os prazeres da vida com Cristo. Igual ao dia anterior, igual a todos os dias. "Será um dia abençoado, vamos lá, uma tentativa" minha consciência sussurra baixinho enquanto meu travesseiro grita que precisa de mim. Não é uma batalha justa.
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quinta-feira, 14 de maio de 2015
Ela pela janela: Quando a alma se acalma fica mais fácil ouvir as coisas que Deus sussurra pra gente
Sorriu cansada, apoiando-se na janela da sala, observando o jardim abandonado. As orquídeas dentro de casa sorriam, e Deus cantava para ela dormir no assovio dos passarinhos que se despediam da tarde. "Está cedo Senhor, vamos conversar mais um pouco".
(Ariel Almeida)
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quarta-feira, 13 de maio de 2015
Canção da Aia para o Filho do Rei
Mandei pregar as estrelas
Para velarem teu sono,
Teus suspiros são barquinhos
Que me levam para longe...
Me perdi no céu azul
E tu, dormindo, sorrias.
Despetalei uma estrela
Pra ver se me querias...
Aonde irão os barquinhos?
Com que será que tu sonhas!
Os remos mal batem n'água...
Minhas mãos dormem na sombra.
A quem será que sorris?
Dorme quieto, meu reizinho.
Há dragões na noite imensa,
Há emboscada nos caminhos...
Despetalei as estrelas,
Apaguei as luzes todas,
Só o luar te banha o rosto
E tu sorris no meu sonho.
Ergues o braço nuzinho,
Quase me tocas... A medo
Eu começo a acariciar-te
Com a sombra de meus dedos...
Dorme quieto, meu reizinho.
Os dragões, com a boca enorme,
Estão comendo os sapatos
Dos meninos que não dormem...
Para velarem teu sono,
Teus suspiros são barquinhos
Que me levam para longe...
Me perdi no céu azul
E tu, dormindo, sorrias.
Despetalei uma estrela
Pra ver se me querias...
Aonde irão os barquinhos?
Com que será que tu sonhas!
Os remos mal batem n'água...
Minhas mãos dormem na sombra.
A quem será que sorris?
Dorme quieto, meu reizinho.
Há dragões na noite imensa,
Há emboscada nos caminhos...
Despetalei as estrelas,
Apaguei as luzes todas,
Só o luar te banha o rosto
E tu sorris no meu sonho.
Ergues o braço nuzinho,
Quase me tocas... A medo
Eu começo a acariciar-te
Com a sombra de meus dedos...
Dorme quieto, meu reizinho.
Os dragões, com a boca enorme,
Estão comendo os sapatos
Dos meninos que não dormem...
(Mario Quintana)
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Limites da arte - desenhos com água
Um rio na janela ao lado da minha banca, na escola. Um rio cheio de afluentes, que nascia de cima (só de vez em quando), e não desaguou no mar.
(fotos by Ariel Almeida)
terça-feira, 12 de maio de 2015
Para o sonhador
Não estranhe o meu amor, oh, meu amante
Que é feito de prosa e não de rima
Que caminha se você flutua acima
Nesses teus sonhos tão bons, feitos de nuvens
Amor, gosto deste infinito instante
prever um futuro lindo não me basta
pois meus sonhos só são feitos de estrada
De firmar o pé no chão e ir adiante!
Sim, eu amo esses teus olhos de infante
Que de longe brilham tanto que fascina
Mas mudar é necessário, a vida ensina
Mais à nós que somos hoje mais que homens.
Nesse passo é que se chega ao distante
Que hoje é sonho e amanhã já é certeza
Muito mais do que se cabe á natureza
Nós em um e não mais dois como era antes.
(Ariel Almeida)
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Devaneios
Corpo Estranho
As invasões foram rápidas e de repente. E mesmo depois de acabar, eu ainda posso senti-las. Não sei se tinha haver com meus devaneios ou com o desespero de pensar que tudo ainda podia piorar, eu só queria fechar a porta por onde você andou roubando os meus segredos.
(2013)
(2013)
Trabalho árduo, carga pesada
Calei. Calar é bom pra pensar melhor, mas dessa vez eu só queria ouvir os passinhos do tempo, que vagarosamente levava pra longe as mágoas de muita gente.
(2013)
Atrasado
- Eu te amo.
(2013)
- Eu te amo.
- Isso não é mais suficiente.
(2013)
(2013)
Fatos
Errar é humano, explodir é possível e perdoar é necessário.
(2015)
(2015)
(todos by Ariel Almeida)
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