quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Bagunça



No blog do meu pai tem uma coleção de "1ºs de agosto" que de vez em quando eu visito. Choro toda vez. Procuro não passear muito pelas outras postagens (as vezes tem mulher pelada ou semi-nua), mas essa coleção eu amo. Não faz muito tempo que eu venho fazendo isso, e me sinto culpada, com aquela sensação de ter perdido algo valioso. Foi tempo que eu perdi, e só agora eu vejo que ele estava certo sobre tantas coisas, sendo esta uma delas. "Não somos pra sempre, filha. Gente da tua idade acha que é imortal". Verdade pai, o tempo voa, e a gente não quer perceber que a vida é uma corrida. Mas eu percebi e só queria que o senhor soubesse que cada vez que eu vou ver esta tua coleção eu choro de saudade. Saudade do tempo que as coisas eram (ou pareciam) simples, choro porque quero voltar pra quando o tempo parecia infinito. Eu tinha tanta certeza que ainda nos veríamos milhares de vezes, nos abraçaríamos tanto quanto quiséssemos, mas foram tantos abraços que eu perdi, foi tanta burrada que eu cometi, o amor era o mesmo, mas por anos nosso contato foi esfriando, e eu choro por quê quero de volta todos esses abraços. Parece que eu pisquei e roubaram de mim tanta coisa! Ou pior, eu mesma me privei disso. Eu tô confusa pai, tá tudo acontecendo rápido demais. Eu queria que este texto fosse bonitinho, que a pontuação fosse perfeita, mas a emoção não deixa. Não vamos falar sobre isso, eu tenho medo, embora não saiba bem do que. Só obrigada por que, de verdade, do fundo do coração, você é o melhor pai do mundo, o melhor. E desculpa por não ter te abraçado tanto quanto devia, desculpa por que o tempo passa e continua passando sem que eu saiba administrar, desculpa, você merecia uma filha melhor, mas essa que o senhor tem te ama de verdade.